Revista Agrária Acadêmica
doi: 10.32406/v6n4/2023/92-105/agrariacad
Perfil do consumidor de pescado em um município amazônico às margens do rio Solimões, Brasil. Fish consumer profile in an Amazonian municipality on the margins of the Solimões river, Brazil.
Margarida Mafra da Silva1, Samara da Silva Polonia2, Maria Luciana da Silva3, Jânderson Rocha Garcez4, Elenilson Silva de Oliveira
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1- Técnica em Recursos Pesqueiros – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga – AM. E-mail: mafrasilvamargarida@gmail.com
2- Técnica em Recursos Pesqueiros – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga – AM. E-mail: samarasilvapolonia@gmail.com
3- Técnica em Recursos Pesqueiros – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga – AM. E-mail: marialucianad262@gmail.com
4- Doutorando em Engenharia de Pesca – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga – AM. E-mail: janderson.garcez@ifam.edu.br
5- Doutor em Sociedade e Cultura na Amazônia – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga – AM. E-mail: elenilson@ifam.edu.br
Resumo
Este estudo teve como objetivo caracterizar o perfil do consumidor de pescado no município de Tabatinga – AM. Foram aplicados questionários a 100 consumidores de pescado. Foram obtidos dados sobre aspectos socioeconômicos, preferências do consumidor, compra, armazenamento, beneficiamento e preparo do pescado. Quanto aos consumidores, 52% foram do gênero feminino, 35% natural de Tabatinga, 51% entre 31 e 50 anos, 69% com renda familiar de 1 a 2 salários-mínimos e 47% possuem ensino médio completo. O pescado faz parte da dieta de 99% da população adulta, sendo 64% se alimentam 3 vezes na semana. Na hora da compra, tem preferência de peixe inteiro e o preparo de 38% é assado. As principais espécies comercializadas foram Liposarcus sp., Mylossoma sp. e C. macropomum. Os peixes são comercializados em forma de cambada ou quilograma, com preços entre 12 e 20 R$/kg. O consumo per capita de pescado local é de 49,6 kg/hab/ano. Assim, este estudo contribui com informações para subsidiar políticas para uso sustentável dos recursos pesqueiros, desenvolvimento regional relacionado a comercialização, cadeia produtiva e ao hábito alimentar da população.
Palavras-chave: Alimentação. Comércio. Peixe. Tabatinga.
Abstract
This study aimed to characterize the profile of fish consumers in the municipality of Tabatinga – AM. Questionnaires were applied to 100 fish consumers. Data on socioeconomic aspects, consumer preferences, purchase, storage, processing and preparation of fish were obtained. As for consumers, 52% were female, 35% were born in Tabatinga, 51% were between 31 and 50 years old, 69% had a family income of 1 to 2 minimum wages and 47% had completed high school. Fish is part of the diet of 99% of the adult population, with 64% having it 3 times a week. At the time of purchase, there is a preference for whole fish and the preparation of 38% is roasted. The main commercialized species were Liposarcus sp., Mylossoma sp. and C. macropomum. The fish are sold in the form of bunches or kilograms, with prices ranging from 12 to 20 R$/kg. The per capita consumption of local fish is 49.6 kg/person/year. Thus, this study contributes with information to support policies for the sustainable use of fishing resources, regional development related to commercialization, the production chain and the population’s eating habits.
Keywords: Food. Trade. Fish. Tabatinga.
Introdução
O pescado é um alimento altamente proteico, rico em vitaminas, minerais e ácidos graxos essenciais (SARTORI; AMÂNCIO, 2012). O consumo de pescado na região Amazônica são as maiores no mundo, chegando à 135 kg/pessoa/ano (CERDEIRA et al., 1997), superior ao consumo per capita nacional de 11,17 kg/habitante/ano (LOPES et al., 2016) e mundial de 20,5 kg/habitante/ano (FAO, 2022). A pesca é uma das atividades extrativistas mais tradicionais e importantes do ponto de vista socioeconômico, ecológico e cultural na Amazônia, sendo a região maior produtora de pescado de água doce do Brasil (FAO, 2022).
Com a demanda crescente do consumo em Tabatinga e cidades vizinhas, houve aumento da pesca comercial na região (REBÊLO et al., 2020). A captura dos grandes bagres na tríplice fronteira amazônica (Brasil, Colômbia e Peru) atingem cerca de 30 mil toneladas ao ano (SANTOS et al., 2009). A pesca no rio Solimões se intensificou devido a procura pelos grandes bagres (peixes lisos), sendo vendidos para os frigoríficos colombianos para estocar e exportar o pescado (CRUZ, 2007). Além dos bagres, o município de Tabatinga possui grande riqueza de espécies comercializadas em feiras e mercados, considerada uma das mais diversificadas do Brasil. O mercado local é abastecido diariamente com uma grande oferta de espécies ao longo do ano, sendo que na enchente e cheia aumenta a variedade de espécies e os preços ficam mais acessíveis por conta da pesca próximo a cidade (GARCEZ et al., 2017; 2022).
Apesar de ser um alimento nutritivo, apenas cerca de 10% da população brasileira incorporam o pescado em sua alimentação (FIGUEIRO et al., 2014). O governo brasileiro tem estimulado a produção e o consumo de pescado com campanhas nacionais por meio de agências de fomento, incentivo as boas práticas e manipulação de pescado em feiras e redes de supermercado, inclusão na merenda escolar e restaurantes (AGNESE et al., 2001).
Observa-se nos últimos anos uma mudança no perfil nutricional da população e, desse modo, a oferta de pescado de qualidade no mercado interno pode direcionar o consumo pelas novas formas de apresentação deste alimento (YASHIRO, 2007). Realizar estudos de consumo e perfil do consumidor no alto Solimões é fundamental para novas políticas públicas para comercialização como novas estruturas físicas para cadeia produtiva, garantia de segurança alimentar da população, geração de emprego, renda e capital financeiro para indústria de beneficiamento de pescado, incentivo do consumo do pescado, além de permitir encontrar os pontos críticos voltados para a manipulação do pescado (NEVES et al., 2021).
Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi realizar um levantamento do perfil socioeconômico dos consumidores de pescado, identificar as principais espécies comercializadas e caracterizar o consumo familiar do pescado no município de Tabatinga, Amazonas.
Referencial teórico
O município de Tabatinga – AM é uma das principais referências da atividade pesqueira para fins comerciais da Amazônia (PAIVA; SILVA, 2020). As comunidades locais fornecem pescados para os centros urbanos da região e, sobretudo, para o exterior (capital da Colômbia), tornando-se, assim, um dos principais polos do setor comercial da pesca regional (MORAES; SCHOR, 2010). Segundo Paiva e Silva (2020), o fluxo internacional de pescado (peixes de couro) representa 70% do comércio em Tabatinga, enquanto o consumo local responde por 30% da produção. O pescado é a principal fonte de proteína consumida na região da tríplice fronteira amazônica (GARCEZ et al., 2022).
No município são comercializadas cerca de 86 espécies de peixes, com a pesca abastecendo o mercado diariamente (GARCEZ et al., 2022). Com base nos estudos desenvolvido por Pinto (2015) e Schor et al. (2016), a infraestrutura para comercialização do pescado em Tabatinga ainda é muito simplórias em feiras e mercados públicos. Os locais de comércio de pescado precisam de adequações e ajustes das instalações para propiciar condições de higiene ao feirante e ao consumidor (GARCEZ et al., 2022).
O pico de produção pesqueira na região ocorre no primeiro semestre do ano, entre os meses de abril e junho, período de enchente-cheia, coincidente com a migração de algumas espécies de Characiformes (FREITAS; RIVAS, 2006), corroborado por Garcez et al. (2022).
Segundo Neves et al. (2021), o perfil do consumidor de pescado beneficiado em Tabatinga – AM é formado por pessoas maiores de 18 (dezoito) anos, empregados, que moram em residências com 5 (cinco) pessoas, com uma renda mensal familiar acima de 4 (quatro) salários-mínimos e tem o pescado como alimento principal na dieta familiar.
Na região em estudo, não há muito investimento e estudos para obtenção de dados biológicos, ecológicos e o monitoramento de desembarques são raros (FAO, 2022; PEIXER; PETRERE JUNIOR, 2009). Há escassez de literatura quanto a pesca, avaliação dos estoques pesqueiro e comercialização do pescado, sendo os principais estudos na região foram realizados por Schor et al. (2016); Garcez et al. (2017); Paiva e Silva (2020); Neves et al. (2021); Garcez et al. (2022) e Garcez et al. (2023).
Material e métodos
Área de estudo
A cidade de Tabatinga está localizada na mesorregião do Alto Solimões, distante da Capital do Estado 1.108 km em linha reta e 1.573 km por via fluvial. Limita-se via terrestre com a cidade de Letícia, na Colômbia e, via fluvial, com a cidade de Santa Rosa, no Peru (Figura 1). Possui uma área territorial de 3.225,064 km2, com clima equatorial úmido, temperatura média de 25,9°C e pluviosidade anual de 2.700 mm. Situa-se cartesianamente a 4°15’12” de latitude sul e 69°56’19” de longitude oeste, estando a 73 m acima do nível do mar. A população é de 71.317 habitantes e o Produto Interno Bruto de (R$) 533.610,70 milhões, com principais atividades econômicas voltadas ao setor primário como pesca e agricultura (IBGE, 2021).
Coleta dos dados
A coleta dos dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado, com 20 perguntas de rápidas respostas, aplicados a 100 consumidores de pescado, no período de setembro a dezembro de 2021. As abordagens desses atores ocorreram nos mercados municipais, feiras livres e vias pública da cidade, respeitando o protocolo de biossegurança da COVID-19. Os questionários continham questões acerca de aspectos socioeconômicos (sexo, naturalidade, idade, profissão, renda média mensal, número de pessoas por família, escolaridade, entre outros), preferências do consumidor (frequência de consumo, local de compra, espécies, preços e forma de apresentação) além das formas de armazenamento, beneficiamento e preparo do pescado.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê Técnico Científico do Instituto Federal do Amazonas – Campus Tabatinga, e as pessoas que aceitaram participar do estudo, concordaram com um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Os dados obtidos foram tabulados no software Microsoft® Excel 2016 e submetidos à análise baseada em estatística descritiva, com apresentação de tabelas e distribuição de frequência.
Figura 1 – Localização do município de Tabatinga – AM na região de tríplice fronteira Amazônica. (Fonte: PAIVA; SILVA, 2020).
Resultados e discussão
A maioria dos entrevistados foi do sexo feminino (52%), o que também é observado em outros municípios da Amazônia (LOBATO; ROSA, 2020; CRIANÇA et al., 2021) e no cenário nacional (SILVA et al., 2012; EMBRAPA, 2020). A mulher é a principal responsável pela compra dos gêneros alimentares para a família e protagonista no processo de escolha dos alimentos que farão parte do cardápio alimentar diário da família (OLIVEIRA; VELA, 2008).
A maioria dos consumidores de pescado em Tabatinga são naturais do próprio município (35%), seguido de Atalaia do Norte (16%), Benjamin Constant (15%) e outros municípios (34%) (Tabela 1). Esses três municípios, também foram identificados por Neves et al. (2021) quando entrevistou consumidores de pescado beneficiado em Tabatinga. Também é observado a presença de pessoas de outras localidades do país, sendo característica da cidade onde possui várias instituições públicas estaduais e federais, que diversifica a população local, com pluralidade do local de origem, com ocupação e profissão diversificada.
Em termos de idade, os entrevistados possuíam de 16 a 80 anos, sendo que mais da metade (51%) estavam na faixa entre 31 e 50 anos (Tabela 1), ou seja, pessoas em plena idade laboral, chefes de família, que muitas vezes optam por alimentos de mais fácil preparo, considerando o menor tempo despendido para afazeres domésticos (FONTINELLE; FRANCO, 2021).
Tabela 1 – Perfil socioeconômico dos consumidores de pescado no município de Tabatinga, Amazonas (n=100).
Dados socioeconômicos |
Frequência (%) |
|
Sexo |
Masculino |
52% |
Feminino |
48% |
|
Naturalidade |
Tabatinga – AM |
35% |
Atalaia do Norte – AM |
16% |
|
Benjamin Constant – AM |
15% |
|
Tonantins – AM |
10% |
|
Manaus – AM |
8% |
|
São Paulo de Olivença – AM |
8% |
|
Outros |
8% |
|
Faixa etária (anos) |
< 20 anos |
9% |
21 a 30 anos |
15% |
|
31 a 40 anos |
26% |
|
41 a 50 anos |
27% |
|
51 a 60 anos |
13% |
|
> 60 anos |
10% |
|
Qtd. pessoas por família |
< 3 pessoas |
13% |
4 ou 5 pessoas |
30% |
|
6 ou 7 pessoas |
25% |
|
8 ou 9 pessoas |
22% |
|
> 10 pessoas |
10% |
|
Renda familiar(1 salário = R$1.100,00) |
< 1 salário |
20% |
1 a 2 salários |
69% |
|
2 a 3 salários |
11% |
|
> 4 salários |
10% |
|
Escolaridade |
Fundamental incompleto |
12% |
Fundamental completo |
18% |
|
Ensino médio incompleto |
14% |
|
Ensino Médio completo |
47% |
|
Ensino Superior incompleto |
4% |
|
Ensino superior completo |
3% |
|
Pós-graduado |
2% |
Entre os consumidores, verificou-se que 13% moravam com até 3 pessoas, 30 % com 4 ou 5 pessoas, 25% com 6 ou 7 pessoas e 22% residiam com 8 ou mais pessoas. Em geral, as famílias residentes no interior do Amazonas são mais numerosas, segundo IBGE (2010), a média da família amazonense é de 3,8 pessoas por domicílio.
Quanto a renda familiar, foi levantado que 69% das famílias recebem entre um e dois salários-mínimos, 20% menos de um salário, 11% entre dois e três salários e 10% acima de quatro salários-mínimos (Tabela 1). O quantitativo de famílias que possuem renda de até dois salários-mínimos nesta pesquisa está de acordo com valores divulgados pelo IBGE (2021), onde a média salarial do município é de 1,9 salários-mínimos. O pescado fresco é a principal fonte de proteína e a mais acessível da população de baixa renda na tríplice fronteira (PAIVA; SILVA, 2020), o que torna diminuto o consumo de outros produtos de maior valor agregado e nutricional (SILVA et al., 2012), corroborado por Neves et al. (2021), onde verificou que o consumo de pescado beneficiado e processado em Tabatinga é praticado pela maioria, por famílias de classe média com renda maior que 5 salários, que também se alimentam de carne de aves e bovina como preferência.
Com relação à escolaridade, constatou-se que cerca de 18% dos entrevistados
possuem o ensino fundamental completo, e cerca de 47% possuem o ensino médio completo. Aqueles com o ensino superior completo e pós-graduação constituem uma minoria de 3% e 2%, respectivamente (Tabela 1). Tal informação é importante, uma vez que permite correlacionar o grau de instrução do consumidor com o nível de informação disponível no processo de compra do pescado, renda mensal e moradia (MANGAS et al., 2016).
Tais dados acima são indicativos importantes do perfil socioeconômico do consumidor de pescados em Tabatinga, tendo em vista que alguns percentuais como o das mulheres, o número de pessoas por residência e a renda mensal são marcadores da compra e do volume de consumo dos peixes (LOBATO; ROSA, 2020). Segundo Alho (2021), o comportamento do consumidor não está relacionado somente a fatores intrínsecos ao peixe, mas também a fatores que correspondem ao perfil socioeconômico do consumidor. Segundo o autor, as características socioeconômicas podem ser fatores limitantes e/ou facilitadores do consumo de peixe, tendo em vista que: as mulheres são quem normalmente fazem a compra do pescado, conhecem as espécies e o frescor do pescado.
Os principais pontos de comercialização do pescado foram Mercado Municipal do Peixe, Feira Ticuna, feiras livres na orla de Tabatinga e em pontos isolados na Avenida Santos Dumont e na Avenida da Amizade (próximo à fronteira com a Colômbia). Neste estudo, o principal local para compra de pescado pelos consumidores foram justamente as feiras livres (72%). Esses locais são clandestinos e observadas condições de higiene e manipulação inadequadas ao pescado. Lima e Câmara (2010) relata que ir à feira é uma questão cultural e possui grande importância, principalmente para as pessoas de baixa renda, já que nestes locais encontram preços mais acessíveis. Outro fator que atrai os clientes é o fato de nas feiras ofertarem alimentos mais frescos (ROCHA et al., 2010).
Segundo os comerciantes, 94% do pescado comercializado foram oriundos da pesca extrativista, 4% vêm da piscicultura com as espécies tambaqui (Colossoma macropomum) e matrinxã (Brycon amazonicus) e 4% desconhecem a origem. O motivo para escolha do local pelo consumidor foram frescor do peixe e preço acessível com 72%, seguido do acesso prático (18%) e condições locais de higiene (10%). O motivo principal para compra do pescado é a preferência alimentar com 85%, seguido do frescor do peixe (11%), valor nutricional (3%) e orientação médica (1%).
Quanto a preferência de espécie, foram registradas 5 espécies que o consumidor tabatinguense tem como 1ª opção (Figura 2). Quanto a forma de preparo, o consumidor respondeu que prefere consumir o pacu (Mylossoma. sp) como caldeirada, escabeche e assado, o bodó (Liposarcus sp.) como caldeirada e assado. A matrinxã (Brycon sp.), tambaqui (C. macropomum) e arenga (Pellona sp.), a preferência do consumidor é o assado, sendo acompanhado de farinha de mandioca (d’água), tacate (banana) e molho vinagrete. Esse tipo de consumo é característico das cidades amazônicas distantes dos grandes centros urbanos (Tabela 3).
Ao avaliar as espécies preferidas em outras partes da região Norte, Maciel et al. (2016), Fornari et al. (2017), Leandro et al. (2018), Santos e Franco (2019), Criança et al. (2021) e Fontinelle e Franco (2021), constaram que o C. macropomum é a principal espécie na preferência de compra em toda Amazônia. Em Tabatinga foi diferente, sendo o Mylossoma sp. como preferido. Isso é justificado pela baixa produção aquícola local e pelo que o tambaqui praticamente vem da pesca em outros municípios, com baixo frescor e tem baixa oferta durante o defeso (GARCEZ et al., 2017).
Figura 2 – Espécies na preferência de compra da população de Tabatinga – AM.
Quanto a diversidade de peixes comercializados, foram listadas as principais espécies em Tabatinga (Tabela 2), com destaque ao bodó, pacu, tambaqui e sardinha (conhecidas popularmente) como as mais comercializadas. Essas espécies também já foram relatadas por e Paiva e Silva (2020) e por Garcez et al. (2022), que identificaram 5 ordens, 17 famílias e 86 espécies de peixes comercializadas em Tabatinga.
Tabela 2 – Principais espécies comercializadas no município de Tabatinga, Amazonas.
Nome comum |
Espécie |
Acará-açú |
Astronotus sp. |
Arenga |
Pellona. Sp |
Bodó |
Liposarcus sp. |
Branquinha |
Pserctrogaster sp. |
Curimatã |
Prochilodus sp. |
Mandí |
Pimelodus sp. |
Matrinxã |
Brycon sp. |
Pacu |
Mylossoma sp. e Myleus sp. |
Peixe cachorro |
Hydrolycus sp. e Rhaphiodon sp. |
Piau |
Schizodon sp. e Leporinus sp. |
Pirapitinga |
Piaractus brachypomus |
Pirarucu |
Arapaima sp. |
Sardinha |
Triportheus sp. |
Surubim |
Pseudoplastystoma sp. |
Tambaqui |
Colossoma macropomum |
Tucunaré |
Cichla sp. |
A principal forma de comercialização dos peixes menores “miúdos” em Tabatinga é conhecida localmente como “cambada” ou “sarta”. Segundo Silva et al. (2020), esta designação se refere a um montante de peixes reunidos em feixes, sendo diferenciados pelo número e tamanho das espécies. As “cambadas” podem ser mistas com diferentes espécies ou com vários peixes de uma mesma espécie, podem ser encontradas duas ou até vinte unidades em um só feixe.
Os preços das cambadas comercializadas em Tabatinga variaram entre 15 e 25 reais, quantidade de peixes variam de 9 a 31 por feixe, com peso médio de 2,1 kg. As principais espécies comercializadas dessa forma são sardinha, branquinha, pacu, bodó e mandí. Diferentemente de tambaqui, pirapitinga e pirarucu, que são espécies maiores, são comercializados por kg, com preços variando entre 12 e 20 R$/kg, e os valores alteram conforme a sazonalidade dos rios. Segundo Mota et al. (2021) e Garcez et al. (2021), esses preços também foram encontrados na região para venda do tambaqui e pirapitinga da piscicultura. Os preços do comercializado é similar aos encontrados por Garcez et al. (2023) durante a Semana Santa em Tabatinga, variando de 8 a 20 R$/kg.
Com relação ao consumo de pescado, foi observado que 99% dos entrevistados consomem pescado e apenas 1% afirmou não consumir nenhum tipo (Tabela 3). Esses dados corroboram com Neves et al. (2021) para Tabatinga e superior à de estudos realizados em outras cidades e regiões do Brasil como Gonçalves et al. (2008), Soares e Belo (2015) e dos Santos et al. (2020).
Tabela 3 – Caracterização do perfil de consumo do pescado no município de Tabatinga, Amazonas.
Perfil de consumo do pescado |
Frequência (%) |
|
Consumo de Pescado |
Gostam |
99% |
Não consomem |
1% |
|
Tipo de beneficiamento |
Sem beneficiamento |
66% |
Eviscerado |
18% |
|
Ticado |
12% |
|
Postas |
3% |
|
Salgado |
1% |
|
Armazenamento domiciliar |
Resfriado |
81% |
Congelado |
19% |
|
Modo de preparo |
Assado |
38% |
Frito |
30% |
|
Cozido |
30% |
|
Escabeche |
2% |
|
Frequência de consumo familiar |
1 vez/semana |
13% |
2 vezes/semana |
23% |
|
3 vezes/semana |
64% |
A população prefere o pescado in natura, sem beneficiamento (66%) e preparar na residência. Neves et al. (2021) já tinha relatado o baixo consumo de peixes beneficiados em Tabatinga, e um dos fatores é que pescado sem beneficiamento possui valor mais acessível. Corroborando com Criança et al. (2021), peixes frescos inteiros e com vísceras são os mais adquiridos pela população amazônica e o frescor e o sabor do peixe são os principais fatores que influenciam para a escolha do pescado. Quanto ao armazenamento, 81% dos consumidores colocam o pescado em geladeira, apenas para resfriamento, pois o preparo do pescado ocorre no dia da compra e o consumo familiar também, sendo verificado uma frequência no consumo familiar de 3 vezes ou mais durante a semana, sendo as principais formas de preparo o peixe assado (38%), seguido de peixe frito (30%) ou peixe cozido (30%), conforme Tabela 3.
Em Tabatinga, a estimativa do consumo per capita de peixes de escamas foi de 33,6 kg/habitante/ano e de bagres foi de 16,0 kg/habitante/ano, totalizando 49,6 kg/habitante/ano conforme a Tabela 4. Resultado similar aos encontrados por Garcez et al. (2023), sendo que esse consumo aumenta ainda mais na zona rural. O consumo local foi praticamente 4,5 vezes mais elevado que o brasileiro e mais que dobro do consumo mundial de pescados (FAO, 2022). O Brasil apresenta grande variabilidade no consumo entre as macrorregiões do país, seja por diferenças de origem e oferta de produtos, pelo interesse das pessoas em consumir pescados, por diferenças na produção realizada em cada região ou mesmo por questões culturais (LEVY-COSTA et al., 2005; RIBEIRO; CORÇÃO, 2013), sendo a Amazônia, região de pesca interior com maior consumo de pescado do mundo (CERDEIRA et al., 1997). Não obstante, outros fatores podem influenciar no perfil de consumo de peixes pela população, como oferta anual e baixo valor dos produtos ofertados, representando baixa competitividade no mercado (LOPES et al., 2016).
Tabela 4 – Consumo per capita de pescado no município de Tabatinga, Amazonas.
Consumo de pescado |
Per capita (kg/hab./ano) |
Peixes de escamas |
33,6 |
Peixes lisos (bagres) |
16,0 |
Total |
49,6 |
Segundo Cruz (2007), a pesca no rio Solimões se intensificou nos últimos anos devido à procura de bagres pelos frigoríficos colombianos e peruanos com finalidade exportação, sendo que 95% do pescado que vão para esses frigoríficos são de bagres. Os territórios de pesca, também possuem conflitos de interesse e geram disputas territorial pela posse dos recursos pesqueiros (CARDOSO et al., 2018; VALVERDE, 2023). O comércio de peixe na cidade de Tabatinga é uma atividade ainda bastante informal, mas gera emprego e renda a milhares de famílias, e o consumidor de pescado pode encontrar com maior facilidade uma variedade de espécies em mercados públicos, feiras livres ou em canoas no porto da cidade. Apesar de haver 2 (dois) mercados públicos para comércio de pescado, muitos consumidores procuram outros locais de comercialização, pois relatam ocorrências de pescados com baixa qualidade organolépticas, sem os devidos cuidados quanto ao resfriamento e armazenamento, exposto sobre balcão e com necessidade de boas práticas na manipulação e higiene do pescado. As espécies com maior oferta nas feiras são os peixes de escamas capturados em rios, e o pescado com menor oferta são os peixes lisos (bagres), que são comercializados diretamente para a Colômbia, causando a indução ao consumo dos peixes de escamas (BARTHEM; GOULDING, 1997). Apesar de existir um tabu cultural quanto ao consumo de peixes lisos, a pesquisa mostrou que a causa do baixo consumo está relacionada a oferta, pois bagres já se tem destino da venda (CRUZ, 2007).
A exportação de peixes lisos para a Colômbia é de forma ilegal e se dá pela ausência de fiscalização nas fronteiras terrestre e fluvial. Isso demonstra a vulnerabilidade na comercialização de pescado causando danos para economia do Estado. Segundo Neves et al. (2021), Tabatinga é uma cidade estratégica por estar numa tríplice fronteira. Ela é a porta de saída dos grandes bagres e do pescado seco-salgado, que vão para o grande mercado colombiano, o qual existe há mais de sessenta anos, de modo que o maior lucro fica para Colômbia e não para o Brasil. Nesta fronteira não existe processamento do pescado em grande escala, apenas o realizado de uma maneira muito artesanal. A comercialização de pescado faz parte do extrativismo da região, é rentável e com demanda crescente de mercado, mesmo com os preços oscilando entre os ciclos sazonais.
A problematização apresentada, justifica-se como ferramenta para a gestão ambiental e formulação de políticas públicas futuras (BERKES et al., 2006). A gestão pesqueira depende de registro de experiências para posteriores ajuste na tomada de decisão baseando-se em erros e acertos para se ter sucesso. Nesse sentido, ressaltamos que os recursos pesqueiros são de propriedade comum e de livre acesso aos moradores da região (ABDALLAH, 1998). A sustentabilidade nos padrões da economia “A natureza não pode ser deixada sozinha sob o controle do mercado” precisa de intervenção governamental para a inclusão dos custos ecológicos de extração, produção e políticas públicas que regulem as ações dos recursos e espaços naturais (CAVALCANTI, 2002).
Segundo Silva e Siebert (2019), é necessário um amplo esforço de pesquisa para que os recursos Amazônicos sejam utilizados de maneira racional, contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável da região. Nesse contexto, espera-se que os dados obtidos nesse artigo possam fomentar estudos posteriores sobre a caracterização de produtos regionais para elaboração de tabelas de balanço nutricional, inserção do pescado na merenda escolar, infraestrutura de comercialização do pescado, bem como para viabilização de um melhor aproveitamento do pescado relacionados à criação de novas perspectivas de desenvolvimento econômico e social.
Conclusão
Em geral, verificou-se no presente estudo, que o perfil do consumidor de pescado da população tabatinguense é na maioria formada por um público feminino, com idade entre 30 e 55 anos, de nacionalidade brasileira e natural do município. Além disso, residem com 6 pessoas, e são microempreendedores com renda familiar de 1 a 2 salários-mínimos, tem ensino médio completo e tem o pescado como principal fonte de proteína.
Os principais pontos de comercialização de pescado no município são os mercados públicos e feiras livres, sendo o pescado oriundos de captura em rios e lagos de municípios vizinhos. A preferência do consumidor é o peixe pacu (Mylossoma sp.) e motivo para escolha foram frescor do peixe e preço acessível. Os peixes mais comercializados são bodó, pacu, tambaqui e sardinha. Os peixes são comercializados são inteiros e com vísceras, preparados no dia da compra em forma assado, frito e/ou cozida, consumindo 3 vezes por semana.
A maioria dos consumidores tem em suas características de consumo a influência dos habitantes nativos, com elevado consumo per capita e com tendência de aumento no consumo. Assim, é importante que sejam implantadas políticas governamentais que estimulem ainda mais o consumo.
Conflitos de interesse
Não houve conflito de interesses dos autores.
Contribuição dos autores
Margarida Mafra da Silva – ideia original, coleta dos dados, análise e redação do texto; Samara da Silva Polonia – coleta dos dados, análise e redação do texto; Maria Luciana da Silva – coleta dos dados, análise e redação do texto; Jânderson Rocha Garcez – revisão bibliográfica, correções e revisão do texto; Elenilson Silva de Oliveira – orientação, correções e revisão do texto.
Agradecimentos
Os autores agradecem aos consumidores entrevistados e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, Campus Tabatinga, pelos recursos bibliográficos, suporte técnico e infraestrutura para pesquisa.
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Recebido em 15 de agosto de 2023
Retornado para ajustes em 29 de setembro de 2023
Recebido com ajustes em 4 de outubro de 2023
Aceito em 6 de outubro de 2023